Entender
a natureza dos problemas em SST que ocorrem em plataformas de petróleo
envolve alguns aspectos (OIT), já exaustivamente estudados:
a) uma ampla série de atividades perigosas que se realiza em um espaço de trabalho bastante reduzido;
b) os trabalhadores das plataformas não só têm de trabalhar, mas também viver em contato permanente com os riscos;
c)
as situações de perigo de incidentes e acidentes se agravam pela
presença de hidrocarbonetos, de modo que se colocam dificuldades no
tempo requerido para evacuar o pessoal em condições de segurança,
acrescentando-se ainda os relacionados possivelmente ao mau tempo no
mar;
d)
há uma grande variedade de empresas e de gestão do trabalho que atuam
no ambiente confinado das plataformas associado a um grande número de
trabalhadores em regime de subcontratação, muitos dos quais devem mudar
continuamente de local e de atividade de trabalho;
e)
as dificuldades de regulamentação de numerosas instalações móveis e que
requerem critérios particulares, especialmente para reduzir ao mínimo
as duplicações e evitar conflitos entre as legislações municipal,
estadual e federal, além de convênios marítimos internacionais. A
diversidade de atores e instituições reguladoras e fiscalizadoras como
por exemplo a Marinha e diversos órgãos públicos nas áreas da saúde, do
trabalho e do meio ambiente, além dos poderosos interesses políticos e
econômicos envolvidos tornam mais complexas as atividades de
regulamentação e fiscalização na área.
INTERCONEXÕES
Segundo
especialistas no estudo de plataformas, o trabalho em unidades de
processo como as plataformas de petróleo pode ser compreendido por
quatro aspectos que se interrelacionam e o caracterizam:
a) Contínuo,
já que a produção flui durante as 24 horas do dia ao longo do ano,
exigindo o revezamento de vários grupos de trabalhadores para
acompanhamento da mesma.
b) Complexo
porque as diversas partes do sistema tecnológico se encontram
interligadas numa estrutura de rede que impede que se possua um controle
total do sistema, sempre sujeito a um certo grau de imprevisibilidade e
de desencadeamento de efeitos do tipo dominó em caso de incidentes e
acidentes.
c) Coletivo porque o funcionamento da unidade só é possível pelo trabalho de equipes em que as atividades são altamente interdependentes.
d) Perigoso
porque está relacionado ao processamento de hidrocarbonetos que
evaporam, incendeiam-se ou explodem, ao uso de compostos químicos
tóxicos para os homens e para o ambiente e à operação de máquinas e
equipamentos que podem desencadear acidentes poderosos, com o potencial
de causar múltiplos óbitos e lesões.
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