terça-feira, 7 de agosto de 2012

Procedimento n.º 8 – Linhas de vida

Genericamente, podemos identificar as linhas de vida como sistemas colectivos contra quedas em altura e que possibilitam a sua utilização por duas ou mais pessoas em simultâneo.
A Norma a EN 795 estabelece diversas especificações sobre este sistema.
Existem linhas de vida do tipo vertical ou horizontal, de forma fixa ou temporária e em relação às quais são ancorados os equipamentos de protecção individual anti-queda, desde bloqueadores automáticos até mosquetões, cintas e cordas.
Nas linhas de vida verticais encontramos soluções técnicas fixas do tipo cabo de aço galvanizado ou inox ou do tipo de calha/carril de alumínio, quer inox, quer galvanizado.
No que diz respeito às linhas de vida horizontais e fixas, existem mais soluções e que passam pela instalação de cabo de aço inox ou galvanizado, cabo sintético, calha ou carril de alumínio (inox ou galvanizado), sendo que neste caso deverá existir uma maior preocupação relativamente à selecção do sistema mais apropriado, ou seja, se pretendemos obter um simples «sistema de travamento de queda» ou um «sistema de posicionamento de trabalho».
Para além disso, quando se utilizarem linhas de vida fixas, o facto de eventualmente existir «trabalho em suspensão» irá naturalmente implicar que a melhor solução a adoptar seja sempre a de carril ou calha, devido ao facto de não existir deformação deste equipamento anti-queda.
Por último, e como alternativa, poderemos adoptar a instalação de linhas de vida temporárias que, tal como é identificado, são utilizadas durante o tempo de execução dos trabalhos em altura e com as diferenças que a seguir indicamos:
  • Verticalmente, são utilizadas cordas que permitem o posicionamento e a suspensão simultâneas, sendo que a sua utilização se limita a um a pessoa de cada vez;
  • Horizontalmente, são utilizadas cordas ou cintas que unicamente permitem o travamento da queda (sem posicionamento e/ou suspensão), sendo que a sua utilização pode ser realizada por mais do que uma pessoa em simultâneo, desde que não se encontrem no mesmo vão de dois pontos de fixação da linha de vida.

1. Linha de vida vertical

A linha de vida vertical é um dispositivo de ancoragem móvel que permite o deslocamento de uma pessoa com toda a segurança, num eixo vertical, sem precisar de se soltar.
Utiliza-se geralmente em trabalhos efectuados em torres e postes de telecomunicações, bem como em torres eléctricas de alta tensão, sendo constituída por uma instalação fixa (ancoragem) e um equipamento individual móvel (anti-queda).
A ancoragem será, fundamentalmente, constituída por um suporte alto que se fixa na parte superior da estrutura e se adapta a diferentes diâmetros. Sobre este suporte irá fixar-se o cabo sobre o qual se deslocará o sistema anti-queda, a conectar com o arnês.
Sempre que seja necessário, uma peça intermédia de 5 em 5 m mantém a posição do cabo em repouso. A tensão deste cabo será assegurada por um contrapeso na parte inferior.

2. Linha de vida horizontal

Trata-se de uma linha horizontal constituída de trilho, cabo de aço ou corda, com resistência, em qualquer ponto, a uma carga de, no mínimo, 1500 kg, destinada a dar mobilidade com segurança aos trabalhadores que efectuarem movimentação horizontal com risco de queda.
Linha de vida fixa
A composição material, bem como as suas utilizações estão indicadas na seguinte tabela:
Linha de vida temporária
Trata-se de um sistema móvel de segurança, bastante usado na movimentação em beirais, estruturas em construção, rampas, telhados, pontes ferroviárias, etc..
Caracteriza-se, essencialmente, por possibilitar, sem auxílio de ferramentas, a sua rápida e fácil montagem/desmontagem permitindo, deste modo, a sua utilização em diversos locais.
É normalmente constituída por uma corda em nylon, tensionada por um esticador de aço. O suporte de ancoragem é fixado à viga de betão por simples aperto das porcas.
No caso de existirem colunas, não é necessário a utilização de suportes, sendo a fixação realizada a 1 m de altura por elos de aço com ¼ de diâmetro.

3. Principais factores de risco de acidente

Os principais factores de risco de acidente na utilização das linhas de vida estão associados às situações seguintes:
  • Queda em altura devido ao rompimento do cabo (mau estado de conservação das ferragens ou das costuras);
  • Choque com objectos quando se progride numa linha vertical;
  • Electrização ou electrocussão na vizinhança de instalações em tensão.

4. Regras de segurança

  • Utilização:
    • Olhar para cima antes de progredir numa linha de vida temporária;
    • No usar as linhas de vida para elevar cargas ou rebocar viaturas;
    • Formar adequadamente todos os trabalhadores sobre as regras de montagem e utilização.
  • Manutenção dos cabos de aço:
    • Inspeccionar, antes de cada uso, o cabo de aço com a finalidade de detectar a existência das seguintes deficiências:
      • Formação de nó fechado resultante do seu mau manuseamento;
      • Número de arames rompidos, os quais não podem ser ≥ 6 ou ≥ 3 numa única perna;
      • Existência de corrosão na galvanização;
      • Qualquer outro defeito que possa ser considerado grave.
    • Afastar os cabos de aço de produtos químicos nocivos (ácidos), abrasivos e cantos afiados.
    • Armazenar os cabos de aço em local seco, por meio de carretel, para fácil manuseio, sem torção estrutural.
  • Manutenção das cordas os cabos de aço:
    • Protegê-las dos cantos afiados e do piso das obras;
    • Evitar pisar a corda com sapatos impregnados de areia ou pó;
    • Armazenar a corda em carretel, em local seco, à sombra e devidamente afastada de fontes de calor, produtos químicos, abrasivos ou cortantes;
    • Não usar detergente na sua lavagem, mas apenas sabão neutro com temperatura a 30ºC.

5. Certificação das linhas de vida fixas

As linhas de vida fixas são alvo de grande desgaste, quer pela sua exposição às condições atmosféricas, quer, também, pela frequência de utilização quando a elas se ligam os equipamentos antiqueda de protecção individual.
Consequentemente a inspecção, teste e certificação anual por parte de uma empresa devidamente credenciada, são procedimentos fundamentais para se avaliar da conformidade das linhas de vida.
Autores: José Baptista

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